Gabriel


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Agora que vocês já conhecem as histórias da Giulia e da Ana Luíza, vamos apresentar outras crianças e suas famílias que também enfrentaram ou estão enfrentando uma batalha contra o câncer.

Hoje vocês vão conhecer o Gabriel, de 13 anos, que encarou, junto com a família e ao lado da sua incansável avó, Maria Elídea, um Linfoma de Hodgkin quando tinha apenas 4.

O câncer do Gabriel foi descoberto ‘cedo’ por D. Maria Elídea, que reparou uns nódulos na virilha do neto. Ao levá-lo a um hospital, ouviu um médico dizer que aquilo não passava de picada de mosquito, ou carapanã, como chamamos aqui no Amazonas.

Se mãe tem sexto sentido, avó tem o sétimo. Não satisfeita com o diagnóstico, levou o neto em outro médico, que reparou o crescimento de mais nódulos, agora no pescoço e na axila do Gabriel. Desta vez, o menino foi encaminhado à FCECON (Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas).

D. Maria lembra perfeitamente da data. 13 de agosto de 2002. Chegando lá, ela foi logo encaminhada para conversar com uma assistente social, que iniciou uma preparação para tudo o que aquela senhora, o menino Gabriel e sua família, teriam que enfrentar dali por diante.

Na época, o Gabriel já vivia com a D. Maria Elídea, que abandonou o emprego de professora na associação dos moradores do bairro onde mora, Lírio do Vale II, para se dedicar em tempo integral ao tratamento do neto. A mãe dele estava no início da segunda gravidez e não teve estrutura para acompanhar todo aquele drama.

O tratamento do Gabriel durou de agosto de 2002 a dezembro de 2003. Fez seis meses de rádio mais seis de químio. Ainda na antiga estrutura da FCECON, ele e avó tinham que sair de casa de madrugada, de ônibus, para pegar um leito.

Durante as sessões de radioterapia, a médica responsável pelo procedimento costumava sedá-lo com anestesia geral, pois ele precisava ficar imóvel. Era penoso e sofrível demais ter que ser intubado a cada sessão. Além disso, a D. Maria Elídea foi alertada que o excesso de anestésicos e intubações trariam efeitos colaterais ao organismo do Gabriel. Mas, se não anestesiar, como fazê-lo ficar quietinho?

Uma estagiária de psicologia descobriu. Ela conseguiu que o menino ficasse imóvel e distraído com fantoches. A partir de então o Gabriel não precisou mais ser anestesiado durante a rádio.

Logo depois, mais um susto! Gabriel teve uma crise e, depois de uma série de exames, foi constatado que o menino havia contraído tuberculose ganglionar, comum quando se está com a imunidade baixa. E lá se foram mais seis meses de tratamento no Hospital Tropical.

Oito anos depois, Gabriel ainda está na fase do acompanhamento. A mãe dele teve mais duas filhas, a Glenda, de 10 anos, e a Franciele, de 8, e está se reestruturando. A família paterna voltou a participar da vida do filho e a ajudar no tratamento. A D. Maria Elídea dá aula de reforço em casa para complementar a renda familiar.

Atualmente o Gabriel tem um problema grave de refluxo gastro-esofágico, que o faz se alimentar muito mal, e precisa fazer uma série de exames, na maioria das vezes pagos pela avó no cartão de crédito do avô paterno, por causa da demora no agendamento de um exame pelo SUS.

O Gabriel está na sétima série do ensino fundamental, gosta de andar de bicicleta, garante ser um bom aluno e tirar notas boas, e conta com a ajuda do GACC, que distribui a algumas famílias um kit de suplementação alimentar, com leite e Sustagen, que auxilia no controle do peso dos pacientes, que emagrecem muito em decorrência da quimioterapia e radioterapia.

O GACC

O Grupo de Apoio à Criança e Adolescente com Câncer do Amazonas (GACC-AM), fundado no dia 23 de maio de 1999, é uma sociedade civil sem fins lucrativos, administrado por uma equipe de voluntários e funcionários, visando o atendimento de crianças e adolescentes com câncer e seus familiares.

Depois de diagnosticada a doença, os pacientes começam o tratamento na FCECON e são encaminhadas para o GACC. Passam a receber assistência social, nutricional e psicológica, por tempo indeterminado. A instituição também tem uma casa de apoio que recebe pacientes e seus acompanhantes vindos do interior e outros estados.

Atualmente o GACC-AM possui 280 pacientes cadastrados e atende pacientes de 0 a 18 anos. A Casa sobrevive apenas de doações de pessoas físicas e jurídicas, projetos (Rancho-Padrinho, Sócio-Contribuinte, Troco Solidário, etc.), de eventos e do trabalho voluntário de várias pessoas determinadas a transformar lágrimas em sorrisos.

Conheça o GACC e saiba como ajudar no http://www.gaccamazonas.org/


9 thoughts on “Gabriel

  1. Emocionante! Nós vemos números, mas não ficamos cientes da história de cada uma. São 280 histórias, 280 tapas na cara para nós que somos saudáveis e sempre estamos reclamando de coisas pequenas!

  2. Força Gabriel e família! A história das guerreiras Ana Luiza e Giulia me fizeram sair no meu mundo com meus problemas tão pequenos diante da dificuldades do próximo. Vou ajudar o GACC com certeza!!!

  3. Que linda historia do Gabriel…
    Me emocionei e sei que muitas outras crianças que estão em tratamento vão sair vencedores dessa, assim como a nossa Ana Luiza e Giulia que lutaram….

  4. De tudo que li agora, seguira viva em minh’alma uma memoria : a forca do AMOR. Amor desta avo-guerreira e o amor de outras duas maes-guerreiras…quando tudo passa, inclusive a dor e o sofrimento, apenas o que eh importante permanece.Que Deus abencoe os caminhos de voces.

  5. Podemos fazer tão pouco pra dar esperança para essas crianças e suas familias.
    As pessoas realmente deveriam saber a história de luta de cada familia que tem uma criança com câncer pra valorizar e ajudar quem precisa.
    Parabéns Sô e Carol! Vcs não imaginam a transformação que fizeram na minha vida!
    Bjs

  6. Ás vezes por tão pouco, murmuro e penso em desistir. Mas, quando vejo histórias de lutas contra o câncer, recebo uma injeção de ânimo, e logo penso que tenho que ajudar, nem que seja orando, mas não posso é ficar de braços cruzados! Jesus nos diz “amar ao próximo como assim mesmo”. Que Deus continue abençoado o Gabriel e a sua vovô.
    O amor tudo crê, tudo espera, tudo suporta. I Coríntios 13

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